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Dólar tem 4ª queda seguida e volta ao patamar de R$ 2,30
Nas quatro últimas sessões, o dólar acumula perda de 3,36%, na série mais longa de baixas desde o início de setembro, pouco após o BC anunciar o programa de rações diárias
O dólar recuou pela quarta sessão consecutiva nesta terça-feira, voltando a R$ 2,30, dando continuidade ao movimento de ajuste ao cenário de manutenção do programa de intervenções diárias do Banco Central no ano que vem e à perspectiva de rolagem integral dos swaps cambiais que vencem em janeiro. A moeda recuou 0,46%, a R$ 2,3087 na venda, após cair 0,33%, para R$ 2,3193 na véspera. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação ficou em cerca de US$ 916 milhões.
Nas quatro últimas sessões, o dólar acumula perda de 3,36%, na série mais longa de baixas desde o início de setembro, pouco após o BC anunciar o programa de rações diárias. "Continua o movimento que começou há alguns dias, com as declarações do presidente do Banco Central dando conta de que ele está querendo pressionar o dólar para deixar a inflação com folga", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.
O BC anunciou na semana passada a continuidade do programa para o ano que vem. Nesta terça-feira, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, afirmou que os detalhes sobre como as intervenções ocorrerão serão divulgados no fim da próxima semana. E, ao defender o programa cambial, disse não pretender levar o câmbio para patamares específicos. "O fornecimento de proteção cambial não foi desenhado para atingir qualquer nível específico da taxa de câmbio, mas justamente para evitar excesso de excitação nessa importante variável da economia."
"A presença do BC em 2014 no mercado de câmbio... deixou a compra da moeda americana desconfortável e muitos investidores se desfizeram das posições compradas", escreveram analistas da Lerosa Corretora em relatório. Com isso, cresceram as posições vendidas no mercado futuro de dólar. Entre os fechamentos de quinta e segunda-feira, os bancos aumentaram sua posição vendida em US$ 590 milhões, segundo dados da BM&F.
Perspectiva
Apesar de o cenário de curto prazo ser de alívio na cotação da moeda norte-americana por conta da estratégia do BC, analistas destacam que ainda há solavancos adiante, à medida que se aproxima o início da retirada do estímulo monetário dos Estados Unidos. Esse cenário se agrava pela deterioração das contas públicas, que vem prejudicando a imagem do país aos olhos dos investidores. "Embora as perspectivas de médio e longo prazo para o real ainda sejam desafiadoras e a moeda deva sofrer novos golpes de pressão, os níveis atuais parecem atrativos", afirmou o Barclays em relatório, ressaltando que a extensão das rações diárias do BC favorece a compra da moeda brasileira.
Nesta terça-feira, o BC vendeu, em seu cronograma de atuações diárias, 1.750 contratos com vencimentos em 5 de março e 8.250 contratos com vencimento 2 de junho de 2014 em leilão de swap cambial tradicional - equivalentes a venda futura de dólares -, com volume financeiro de US$ 496,6 milhões. À tarde, colocou a oferta total de 20 mil contratos na segunda etapa de rolagem dos swaps que vencem em janeiro. Com isso, a autoridade monetária já rolou cerca de 20% do lote total, equivalente a US$ 9,93 bilhões.