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Dólar fecha no maior nível desde 2009
No exterior, a queda do dólar foi maior frente às moedas do G7 do que em relação às divisas de mercados emergentes, contra as quais a moeda americana apenas reduziu o movimento de alta.
A expectativa sobre os próximos passos do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) continuam a influenciar a tendência dos mercados de juros e câmbio domésticos. A sinalização na ata do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fomc), divulgada ontem, de manutenção da política monetária acomodatícia pelo Fed ajudou a reduzir a alta do dólar ante o real e contribuiu para a queda das taxas dos contratos de juros futuros com vencimentos mais longos.
A divisão de opiniões dos membros do Fomc sobre quando começar a desacelerar as compras de ativos, que hoje somam mensalmente US$ 85 bilhões, ainda traz incerteza sobre os próximos passos do Fed no curto prazo. Mais da metade dos membros do Fomc acredita que é possível iniciar a retirada de estímulos já neste ano, mas que a decisão depende de uma melhora no mercado de trabalho e da atividade econômica.
Em discurso, ontem, o presidente do Fed, Ben Bernanke, reforçou que a autoridade monetária dos Estados Unidos não deve subir as taxas de juros de curto prazo pelo menos até a taxa de desemprego atingir 6,5% e que não será uma mudança repentina.
Para o estrategista do BNP Paribas, Diego Donadio, a ata não trouxe grandes surpresas em relação ao discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, no dia 19 de junho, que sinalizou a possibilidade de a autoridade monetária americana começar a retirar os estímulos monetários ainda neste ano, ao longo do quarto trimestre. "Temos que lembrar que a ata se refere a um cenário anterior à divulgação dos dados positivos sobre o mercado de trabalho [payroll] nos Estados Unidos na última sexta-feira", afirma Donadio. Em junho foram criadas 195 mil vagas de trabalho nos EUA, acima do esperado pelo mercado, de 160 mil vagas.
Donadio destaca que a decisão sobre o novo patamar para a taxa Selic não deve trazer grandes surpresas e que a alta já está refletida no preço dos ativos.
No exterior, a queda do dólar foi maior frente às moedas do G7 do que em relação às divisas de mercados emergentes, contra as quais a moeda americana apenas reduziu o movimento de alta.
No mercado interno, o dólar comercial reduziu a valorização em relação ao real após a divulgação da ata do Fed e do leilão de swap cambial (que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro) pelo Banco Central, mas isso não foi suficiente para evitar a alta da moeda americana, que subiu 0,44% e fechou a R$ 2,2730, maior patamar desde 1º de abril de 2009.
Após o dólar atingir a máxima no dia, negociado a R$ 2,2810, pressionado pela saída de recursos de fundos estrangeiros, o BC vendeu 29,7 mil em contratos de swap cambial, que somaram US$ 1,476 bilhão, para vencimentos em 2 de dezembro e 2 de janeiro de 2014. O fluxo cambial tem refletido a saída de investidores estrangeiros, registrando saldo negativo de US$ 780 milhões na semana passada.
Para um operador da tesouraria de um banco estrangeiro, a maior demanda por dólares está no mercado futuro e não no à vista, com os investidores estrangeiros ampliando a posição comprada na moeda americana. Os investidores não residentes mantêm uma posição líquida comprada em dólares no mercado futuro de US$ 8,8 bilhão, a maior desde dezembro de 2009.
Na toada do mercado externo, os juros futuros mais longos recuaram na BM&F. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017, que concentra as operações de investidores estrangeiros, fechou a 10,82% (ante 10,87% no pregão anterior). Na sessão estendida ("after market"), após o discurso de Bernanke, o contrato desceu até 10,73%.
Entre os derivativos com vencimento próximo, ligados à perspectiva para o rumo da taxa de juros doméstica, as taxas oscilaram modestamente. O DI com vencimento em janeiro de 2014 fechou a 8,8% (ante 8,78% na segunda-feira). Como projetado pelo mercado de juros futuros, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 8,50% ao ano.