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TV vai conectar aparelhos na casa
Ligado à internet, televisor será o centro da rede doméstica
Ethevaldo Siqueira
No futuro, acionaremos nossos televisores apenas por meio de gestos de nossas mãos, no lugar do controle remoto. Ou, se preferirmos, controlaremos o nosso home theater simplesmente dizendo ao equipamento o que fazer, por meio do comando verbal. Da mesma forma, falaremos com o computador, com as portas, os armários, geladeiras e máquinas de lavar. Monitores e displays gigantes estarão disseminados na maioria das escolas e residências, para permitir o acesso interativo a bancos de dados e sistemas de informação.
Na casa inteligente do futuro, a família guardará todos os filmes, músicas, livros eletrônicos, softwares ou games num servidor de mídia central (home media server), que exercerá o papel de um verdadeiro cérebro controlador das funções da residência, com capacidade para armazenar centenas de terabytes de conteúdo e que centralizará o comando de todas as funções e sistemas da casa digital. E (imaginem) a prioridade maior de todos os sistemas será a economia de energia e o combate ao aquecimento global. Graças ao desenvolvimento da IPTV (televisão sobre protocolo IP), a internet levará centenas de canais de TV a milhões de residências, com imagens da melhor qualidade.
Todas as tecnologias necessárias para a concretização de cada produto, função ou sistema mencionados acima já estão desenvolvidas. Nada disso é ficção, portanto. As previsões são apenas a extrapolação tecnológica que alguns especialistas fazem em suas palestras na IFA 2009, a maior feira de eletrônica da Europa, aqui em Berlim.
Esta feira, aliás, em sua estreia, há quase 80 anos, foi a primeira do mundo a demonstrar publicamente o funcionamento da televisão. Era 1930, a três anos da implantação do nazismo por Adolf Hitler, e a maioria dos visitantes também não acreditava na possibilidade de a televisão vir a popularizar-se.
Para alguns especialistas do Instituto Fraunhofer e da indústria alemã, o desenvolvimento de toda a eletrônica de consumo e de entretenimento dos próximos anos terá dois centros motores (ou hubs, no jargão) em nossas residências: a TV e a internet.
Para Simon Kang, presidente da Divisão de Entretenimento Doméstico da coreana LG, "o televisor deverá tornar-se, por volta de 2014, o ponto focal de maior visibilidade da residência, com aspectos ultrassofisticados em sua evolução estilística. Mais importante do que isso será seu novo papel como centro dinâmico das chamadas redes de comunicações domésticas, que terão significativo impacto na elevação dos padrões e do estilo de vida".
A TV exigirá grande ênfase na conectividade com os dispositivos e sistemas circundantes, tais como home theater, com base na tecnologia wireless (banda larga sem fio), que deverá ter papel fundamental na maioria das residências. Grande parte do conteúdo que as pessoas utilizarão em seu dia a dia será baixado da internet, de onde virão também os melhores programas de TV, a prestação de uma gama imensa de serviços de caráter colaborativo e proativos, estimulados pelas maiores empresas prestadoras de serviços nesse novo ambiente tecnológico.
Na visão de especialistas do Frauenhofer Institute for Open Communication System (Fokus, na sigla alemã), "a mídia do futuro será muito mais personalizada, com sólida base numa estrutura interativa".
Na seção de desenvolvimentos do Instituto Fraunhofer denominada TecWatch, está o projeto Ria IPTV, que utiliza o protocolo da internet e os browsers da web para levar os serviços interativos à TV, aos smartphones e às telas de computadores.